“ De igual modo, se a tua mão direita te leva a pecar, corta-a e atira-a para longe de ti. Mais vale perderes uma parte do teu corpo do que ir com ele inteiro para o inferno." Mateus 5:30

Recebi uma carta incomum do departamento clínico de próteses. Um paciente preso na prisão onde eu trabalho ficou tão horrorizado com o crime que tinha cometido que cortou sua própria mão. Claramente, o que Jesus disse não tem significado literal, e não concordo com o meu paciente que tinha em mente esta passagem no momento que se mutilou. Mas podemos, talvez, com esse fato, refletir sobre o intenso senso de arrependimento e o desejo de nos distanciarmos de algo que fizemos ou dissemos.

No entanto, os versículos anteriores nos mostram um relatório de patologia, que informa que tais amputações não trarão a cura. A doença é metastática, e dissemina-se em nossos pensamentos mais íntimos. É preciso impedir rapidamente este retorno, antes mesmo de sair do coração, mas e aí? Conseguiremos intervir diretamente no coração?

Jesus não se está a dirigir ao pré-operatório, mas aos pacientes ambulatoriais que voltam sempre às consultas de acompanhamento. Ele está se dirigindo àqueles que perceberam que a autocirurgia é inútil e felizmente desnecessária. Ele está a dirigir-se aos curados, àqueles que realizaram a cirurgia cardíaca radical (Ezequiel 36:26). Eles são renovados de dentro para fora, tornam-se novas criaturas, e agora vivem usufruindo ao máximo a nova vida que lhes foi dada. Estes vivem de coração para o Grande Médico dos médicos.

Lembro-me certa vez de cuidar de uma celebridade após ter se submetido a um transplante de fígado; a icterícia desapareceu, a sua força revigorou e ele estava como um novo homem. Mas em poucos meses ele recaiu no alcoolismo e envenenou seu novo fígado transplantado com álcool. Que trágico e terrível desperdício!

Reflexão: O que teremos que abdicar ao conseguimos identificar aquilo que nos afasta de seguir Jesus? Leitura complementar: Colossenses 3:1-17; Romanos 6:11-14

Alex Bunn

Traduzido por Cassandra Queiroz C. Fernandes

Revisto por Lilian Calaim