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Encontrar paz em tempos de ansiedade

 

Marolin Watson oferece uma visão de como a Geração Z pode fazer isto.

Artigo da revista Nucleus da Christian Medical Fellowship (Reino Unido), "de estudantes para estudantes"- Original article


Se fazes parte da Gen-Z, que luta contra a ansiedade e o mau humor, estás em boa companhia. Por vezes, pode parecer que a designação “Z” é de alguma forma profética, e não há dúvida de que atingiste a idade adulta numa altura em que o mundo enfrenta muitos desafios que ameaçam a boa vida que nós no Ocidente tomámos como garantida e vimos como nosso direito.

Estarás, com certeza, bem ciente dos problemas – aquecimento global (uma realidade presente, não uma ameaça futura), instabilidade política, aumento de crimes violentos, o crescente potencial de uma guerra global contra a democracia, hackers maliciosos a destabilizar uma civilização que depende muito de IT e migração em massa. Provavelmente, podes acrescentar a esta lista as tuas próprias preocupações, como o custo de vida, a segurança no emprego e se algum dia vais conseguir ter uma casa própria.

Como é possível encontrar a paz no meio de tantas ameaças reais e presentes, para não falar daquelas que podem surgir ao longo da vida?

Primeiro, lembrando-te de “contar as tuas bênçãos”. Sim, é um conceito antiquado, mas funciona mesmo. Um pouco de perspetiva histórica vai ajudar-te a perceber o quão sortudo (ou abençoado, se preferires) és. Provavelmente, nunca passaste fome a não ser que o tenhas decidido. Esse não é o caso para muitas pessoas atualmente e no passado. Nunca sofreste de dor de dentes, por exemplo, que não fosse curada com uma simples visita ao dentista. Esse não é o caso para muitas pessoas atualmente e para quase todas as pessoas que viveram antes da descoberta, relativamente recente, da anestesia e de antibióticos eficazes. Sobreviveste a doenças infantis que há umas gerações atrás te teriam matado e ainda matam muitas crianças agora. Tu não ficas acordado à noite (pelo menos, eu espero que não fiques!) preocupado que a tua casa seja invadida por terroristas, gangues criminosos ou guerrilhas, mas muitas pessoas hoje vivem assim e muitas outras viveram assim no passado. Por isso, acho que concordarás que ainda tens muito pelo que estar grato.

Mas e o futuro? Jesus tem algo a dizer sobre isso. Embora a Bíblia nos avise que tempos terríveis precederão o seu regresso, ele encoraja os seus seguidores a não viverem com medo naquela famosa passagem de Mateus 6 intitulada (pela BPT) “Deus cuida dos seus filhos”. Conclui: “Portanto, não devem andar preocupados com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia a sua dificuldade.” (Mateus 6:34)

Isto era tão verdade no seu tempo, como é no nosso. E a razão pela qual não nos devemos preocupar é porque o nosso pai amoroso sabe o que precisamos e prometeu prover. Isto não significa que não sofreremos, mas a promessa é que não sofreremos mais do que Ele nos dá graça para suportar, [1] e que Ele está a trabalhar todas as coisas para o teu bem, [2] embora nem sempre consigas perceber isso.

É importante perceber (mais uma vez, a perspetiva histórica) que nasceste naquele que se pode vir a provar ser o fim da civilização mais próspera, justa e benevolente que alguma vez existiu. (Lembra-te que isto é relativo, não absoluto, e vais conseguir pensar em várias situações em que não fomos justos ou benevolentes). As coisas boas de que continuamos a desfrutar são extremamente raras historicamente e, por isso, não devemos considerá-las como algum tipo de direito inalienável, mas sim de forma leve e com gratidão, fazendo o bem que pudermos aos menos privilegiados por nascimento.

Existem outras medidas que podes tomar para reduzir a ansiedade e a depressão. Se ver as notícias não te deixa dormir à noite, lê antes alguma coisa animadora. Não precisa de ser espiritual, mas deve ser leve e, de preferência, em papel.

Dá a ti mesmo dez ou quinze minutos no início de cada dia – antes de ligares o telemóvel ou computador – para te centrares em Deus e nos seus propósitos. Tenta ler a Bíblia de capa a capa ao longo do ano, alternando entre o Velho e o Novo Testamento para obteres a perspetiva de Deus. Vê-O a agir na e através da história e encontra descanso na Sua soberania, mesmo que não a compreendas e mesmo que isso levante questões incómodas. Guarda-as para quando estiveres diante d’Ele na glória. Ele vai compreender.

Ora pelo dom da autodisciplina – será muito útil em todas as áreas da tua vida e reduzirá a ansiedade e a autoaversão causadas pela má organização e vida caótica. Cultiva amizades cristãs mesmo que , temporariamente, não consigas encontrar uma igreja onde te sintas em casa.

Usa o dom da autodisciplina para limitares o tempo que passas nas redes sociais e lembra-te de ter discernimento e uma atitude científica em relação a tudo o que lês ou ouves. Arma-te contra a desinformação e o preconceito inconsciente “renovando a tua mente”, como Paulo recomenda em Romanos 12:2, e reconhecendo que a ciência é tua amiga sempre que representa a busca da verdade.

Acima de tudo, lembra-te constantemente da esperança que tens em Cristo e partilha essa esperança com os outros sempre que tiveres oportunidade.

“Alegrem-se sempre no Senhor. Repito, alegrem-se nele. Não se aflijam com coisa nenhuma, mas em todas as orações peçam a Deus aquilo de que precisam, com espírito de gratidão. E a paz de Deus, que vai mais além do que nós podemos entender, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em união com Cristo Jesus. Por último, meus irmãos, prestem atenção ao que é verdadeiro, honesto, digno, puro, amável, ao que tem boa fama, ao que é virtuoso e digno de louvor.” Filipenses 4:4,8-8

Referências:

[1] 1 Coríntios 10:13

[2] Romanos 8:28

Marolin Watson é um voluntário administrativo da Equipa de Campo da CMF

Tradução: Ana Catarina Fidalgo Rodrigues

Imagem: Aarón Blanco Tejedor de Unsplash.com